Moçambique aumenta reservas em moeda estrangeira e reforça estabilidade financeira

Por Redacção Checka Moz.

A imagem mostra uma das fachadas principais do Banco de Moçambique e a moeda usada para as transações internacionais (dólar)

Banco de Moçambique confirma crescimento das reservas internacionais líquidas, garantindo maior capacidade de resposta a choques externos e estabilidade cambial.

Moçambique registou, nos últimos meses, um aumento das reservas internacionais em moeda estrangeira, sinal de fortalecimento da política monetária e de recuperação gradual da confiança no mercado financeiro nacional.

De acordo com dados oficiais do Banco de Moçambique, as reservas internacionais líquidas ultrapassaram a cobertura de três meses de importações de bens e serviços, um indicador considerado positivo para a estabilidade macroeconómica e cambial do país.

Resumo Mensal de Informação Estatística confirma que as reservas atingiram cerca de 3,9 mil milhões de dólares norte-americanos, reforçando a posição cambial e a confiança dos mercados internacionais.

O crescimento das reservas ocorre num contexto de melhorias nas exportações de gás natural, carvão e alumínio, bem como de fluxos regulares de financiamento externo, impulsionados pela retoma dos projectos de gás em Cabo Delgado e pela saída de Moçambique da lista cinzenta do GAFI.

Sinais de confiança e equilíbrio cambial

O Banco de Moçambique indica que o aumento das reservas em moeda estrangeira reforça a capacidade do país de honrar compromissos internacionais, estabilizar o metical e proteger a economia contra flutuações externas.

Nos últimos trimestres, o país beneficiou de uma redução gradual da pressão inflacionária, associada à gestão prudente da taxa de câmbio e à disponibilidade de divisas no mercado interbancário.

Segundo o portal internacional Trading Economics, Moçambique registava em Junho de 2025 3,920 milhões de dólares em reservas internacionais, valor superior ao registado no mesmo período de 2024.

Entre os factores que contribuíram para o aumento das reservas cambiais, destacam-se:

  • A retoma parcial da produção e exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL) na Bacia do Rovuma;
  • A valorização das exportações de carvão e alumínio;
  • crescimento das remessas enviadas pela diáspora moçambicana;
  • E o reforço da cooperação internacional em programas de financiamento ao desenvolvimento.

A decisão da TotalEnergies de levantar a cláusula de força maior no projecto Mozambique LNG, a saída de Moçambique da lista cinzenta do GAFI e o regresso gradual de empresas internacionais a Cabo Delgado podem ser igualmente vistos como elementos que reforçam a entrada de divisas no país.

Gestão prudente e política monetária firme

O Banco de Moçambique mantém uma política monetária cautelosa, orientada para controlar a inflação e preservar o valor real do metical. A instituição reforçou os mecanismos de supervisão cambial e gestão das reservas internacionais, de forma a garantir liquidez suficiente e previsibilidade nos mercados.

Com o reforço das reservas, Moçambique aumenta a sua resiliência a choques externos, nomeadamente os efeitos das variações nos preços do petróleo, alterações nas taxas de juro internacionais e impactos climáticos sobre a economia.

O crescimento das reservas internacionais é interpretado por analistas como um sinal de confiança dos investidores e parceiros internacionais, num período em que o país consolida a sua posição como destino emergente de investimento na África Austral.

O Ministério das Finanças projecta que, até ao final de 2025, o país mantenha uma cobertura mínima de 3,5 meses de importações, ultrapassando o limiar de segurança estabelecido para economias em desenvolvimento.

O reforço das reservas internacionais cria espaço para políticas fiscais mais previsíveis, incentiva o investimento privado e sustenta o crescimento económico de 3,2% previsto no PESOE 2026.

Símbolo de estabilidade e confiança

A recuperação das reservas em moeda estrangeira surge num momento de forte reafirmação da credibilidade financeira de Moçambique, após o cumprimento das 26 recomendações do GAFI e o reconhecimento internacional da sua governação económica.

Com novos investimentos em energia, infra-estruturas e agricultura, o país entra em 2026 com melhores fundamentos macroeconómicos, reforçando a estabilidade e a capacidade de responder a desafios externos sem comprometer o crescimento interno.

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