Fronteira única, corredores logísticos e cooperação energética marcam nova etapa de relações que prometem gerar emprego, comércio e progresso para as populações dos dois países.
O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, reafirmou esta quinta-feira, em Lusaka, o compromisso de Moçambique em transformar a amizade histórica com a Zâmbia em prosperidade económica concreta, através de projectos que beneficiem directamente as comunidades.
A visita de trabalho ocorre a convite do Presidente zambiano, Hakainde Hichilema, no âmbito das celebrações do 61.º aniversário da independência da Zâmbia, nas quais Moçambique participou como convidado de honra, reforçando os laços de irmandade e cooperação regional.
“O nosso desafio é transformar a amizade histórica entre Moçambique e Zâmbia em prosperidade concreta: investimentos, negócios e empregos para o nosso povo”, afirmou Daniel Chapo.
Fronteira de Paragem Única vai facilitar comércio e criar oportunidades
O ponto alto da visita foi a assinatura de um acordo bilateral para a criação de uma Fronteira de Paragem Única, nas localidades de Chanida (Moçambique) e Cassacatiza (Zâmbia).
O objectivo é acelerar o comércio, reduzir custos e facilitar a circulação de pessoas e bens, beneficiando directamente os pequenos comerciantes, transportadores e comunidades fronteiriças.
O novo modelo deverá diminuir as barreiras burocráticas e impulsionar o comércio transfronteiriço, integrando as economias de ambos os países nos corredores da Beira e de Nacala. “A criação desta fronteira única é um passo prático para aproximar os nossos povos e dinamizar o desenvolvimento local”, sublinhou Chapo.
Energia, transportes e agricultura na agenda do crescimento
Durante o encontro com o seu homólogo, o Presidente Chapo destacou a importância da cooperação energética, anunciando o aumento da capacidade de geração de electricidade em Moçambique, com os projectos Cahora Bassa IIe Mphanda Nkuwa, destinados também a fornecer energia à Zâmbia e à região da África Austral.
O estadista moçambicano sublinhou que o desenvolvimento económico sustentável é hoje a prioridade nacional, com foco na agricultura, turismo, infra-estruturas e industrialização.
Anunciou igualmente reformas que visam melhorar o ambiente de negócios, como a nova Lei de Investimentos Privados, a isenção de vistos para cidadãos da SADC e a eliminação de licenças em mais de 80 actividades económicas.
“Queremos investidores que cresçam connosco, criando oportunidades para a juventude e para as nossas comunidades”, frisou.
Corredores de desenvolvimento e integração regional
O Presidente destacou o papel estratégico dos corredores logísticos nacionais, que ligam o interior da África Austral aos portos moçambicanos, e defendeu a ligação entre o corredor de Nacala e o de Lobito (Angola), como forma de impulsionar a integração económica regional.
“Moçambique oferece à Zâmbia um acesso estratégico ao mar, com portos modernos e infra-estruturas logísticas que fortalecem o comércio e o transporte entre os nossos países”, afirmou.
O líder zambiano, Hakainde Hichilema, elogiou a visão de Daniel Chapo, sublinhando que a cooperação entre Moçambique e Zâmbia é um exemplo de complementaridade africana, alicerçada em estabilidade, respeito e visão partilhada de progresso.
Diálogo nacional e unidade pela paz
Durante o encontro com a comunidade moçambicana residente na Zâmbia, o Presidente Chapo destacou o Diálogo Nacional Inclusivo como um exercício de escuta e união, aberto também à diáspora. Sublinhou que o país “só se desenvolve com paz, segurança e coesão social”, e apelou aos moçambicanos para se manterem unidos e solidários.
Os moçambicanos residentes na Zâmbia saudaram o Presidente Chapo pelo empenho em reforçar os laços bilaterais e apresentaram propostas para melhorar os serviços consulares, como brigadas móveis para emissão de documentos, pagamento de pensões e bolsas de estudo para jovens.
Daniel Chapo elogiou o espírito patriótico da diáspora e incentivou a criação de associações fortes, capazes de mobilizar solidariedade e representar Moçambique com orgulho. “Moçambique e Zâmbia não são apenas vizinhos. Somos irmãos. E esta geração tem o dever de garantir uma independência económica que traga prosperidade às famílias”, concluiu.





