Estrada Tete–Songo a 30% de execução: via reforça capacidade logística da HCB e poderá dinamizar desenvolvimento local

Por Redacção Checka Moz.

As obras de reabilitação da estrada Tete–Songo, com 30% de execução, vão reforçar a capacidade logística da HCB, dinamizar o comércio local e impulsionar o desenvolvimento regional.

As obras de reabilitação da estrada que liga Matambo à vila de Songo, na província de Tete, registam um nível de execução de cerca de 30%. O projecto, avaliado em 98 milhões de dólares, é totalmente financiado pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e constitui uma das intervenções mais importantes no quadro da modernização das infra-estruturas estratégicas de Moçambique.

A via, com 117 quilómetros de extensão, atravessa os distritos de Changara, Marara e Songo, facilitando a circulação de pessoas e bens entre zonas de forte potencial produtivo. Quando concluída, permitirá reduzir o tempo de viagem entre Tete e Songo de cerca de três horas para uma hora e meia, tornando o percurso mais seguro, confortável e económico.

Mais do que uma estrada ao serviço da HCB, a reabilitação da via Tete–Songo representa um investimento estruturante com impacto social e económico directo. A melhoria das condições de trânsito vai facilitar o escoamento de produtos agrícolas, potenciar o comércio local, estimular o turismo em torno de Cahora Bassa e melhorar o acesso a serviços públicos nas comunidades ao longo do traçado.

Para os transportadores de passageiros e bens, a nova estrada promete ganhos expressivos em tempo, consumo de combustível e durabilidade das viaturas. O percurso, que hoje obriga a manobras lentas e a manutenção frequente, passará a oferecer melhores condições de segurança e conforto.

Capacidade logística reforçada para os projectos da HCB

Segundo Ilídio Tembe, Director de Procurement e Logística da HCB, a estrada é também um elemento logístico fundamental para os grandes projectos da empresa.

“Experiências passadas mostraram que a estrada que tínhamos não tinha capacidade suficiente para transportar os equipamentos que precisamos. No episódio da avaria de uma bobina, tivemos de reforçar pontes e estabilizar o piso da via. Com os novos projectos, como a reabilitação da central sul, da central do Songo e a futura central norte, teremos mais equipamentos a movimentar, e fazê-lo nas condições anteriores seria insustentável”, explicou.

A empreitada está a ser executada por dois empreiteiros: a Chico Construções, responsável pelo troço de 50 quilómetros entre Matambo e Marrara, e a JJR, encarregue de outros 50 quilómetros. A COTOP – Consultoria Técnica de Obras Públicas assegura a fiscalização, em coordenação com a Administração Nacional de Estradas (ANE).

Emprego nacional e dinamização económica local

De acordo com a HCB, os empreiteiros foram seleccionados através de concurso público, com envolvimento de empresas e mão-de-obra locais. O projecto emprega cerca de 700 trabalhadores, dos quais mais de 95% são nacionais, contribuindo para a dinamização económica das comunidades abrangidas.

Eduardo Mondlane, representante da JJR, disse que os trabalhos decorrem a bom ritmo: “Estamos a reforçar a componente betuminosa com uma nova central que entra em operação nas próximas semanas. Tivemos desafios no início, devido às intempéries, mas agora as condições são favoráveis e o ritmo é bom.”

A COTOP, responsável pela fiscalização, assegura o cumprimento dos padrões técnicos e de qualidade.

“Temos feito inspeções regulares e relatórios técnicos para a HCB e para a ANE. Reportamos o progresso e eventuais constrangimentos, e trabalhamos com os empreiteiros para corrigir inconformidades”, disse Héliodoro Macuácua.

De acordo com Daniel Tinga, responsável pelo Departamento de Serviços Gerais da HCB, a estrada está a ser construída para durar.

“A via está a ser preparada para suportar o aumento do volume de tráfego e terá uma vida útil de cerca de 20 anos. O revestimento em betão betuminoso vai oferecer conforto, segurança e reduzir os custos de manutenção.”

Símbolo do compromisso público-privado no desenvolvimento

Para além do seu valor económico e logístico, o projecto é também um símbolo da materialização das promessas do Governo de Moçambique no domínio das infra-estruturas. A reabilitação da Tete–Songo alinha-se com a visão do Estado de melhorar a conectividade rodoviária, impulsionar o desenvolvimento regional e apoiar o sector energético, considerado estratégico para o crescimento sustentável do país.

A melhoria da estrada vai ainda facilitar a reabilitação da central sul da HCB, um investimento que aumentará a capacidade de Moçambique de fornecer energia eléctrica à região da África Austral, reforçando o papel do país como um actor-chave na integração energética regional.

O período de construção é de 13 meses, seguido de quatro anos de manutenção. As obras iniciaram-se em Janeiro deste ano e deverão estar concluídas até Janeiro do próximo, caso as condições meteorológicas não causem atrasos significativos.

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